A presença do universo religioso no universo de trabalho tem sido ainda mais frequente com a explosão da religião nestas últimas décadas.O termo trabalho é originário do latim tripalium, que designa instrumento de tortura. Por extensão, significa aquilo que fatiga ou provoca dor. Cabe ao psicólogo do trabalho, desta forma, compreender que significações podem ter as crenças religiosas e quais suas consequências na mentalidade humana, bem como estar refletindo de que forma poderá estar atuando profissionalmente nas organizações.
No livro do Gênesis Deus cria o mundo em 6 dias e utiliza o 7º dia para o descanso, e que assim também o homem tenha tempo para o descanso e para o lazer. No livro do Êxodo Deus se mostra contrário a qualquer tipo de escravidão e apoia toda Estado de Bem Viver ao povo, “Ouvi o clamor do seu povo contra seus opressores e conheço seus sofrimentos. Por isso, desci para liberta-lo do poder dos Egípcios e para fazê-los subir dessa terra para uma terra onde corre o leite e o mel”. (Ex 3, 8)
A abolição da escravidão no Brasil – assim como todos os outros grandes acontecimentos sociais – não passou de simples “fachada” para amenizar conflitos em nossos territórios, problemas sociais da atualidade como os “morros e favelas” nasceram somente em cidades com grande concentração de escravos (Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo...). No trabalho Karl Marx já falava no século XIX (auge da primeira revolução industrial) que o homem poderia ser bem mais além do que a alienação no trabalho, tendo em vista que Karl Marx considerava a Alienação como pior das escravidões, pois dela as pessoas se tornavam escravos, trabalhavam por longos horários, sem direito a descanso, com situações precárias e salários baixos.
Freud (1927) comenta que "embora a humanidade tenha efetuado avanços contínuos em seu controle sobre a natureza, podendo esperar outros ainda maiores, não é possível estabelecer com certeza que um progresso semelhante tenha sido feito no trato dos assuntos humanos". É pelo trabalho que o homem transforma a natureza com os esforços de arar a terra, colher frutos, cultivar... e sob o poder de sua inteligência que é dada por Deus: “Vejam! Eu entrego a vocês todas as ervas que produzem semente e estão sobre a terra, e todas as arvores em que há frutos que dão semente: tudo isso será alimento para vocês. E a todos os animais que habitam a terra dou-lhes a relva como alimento”. (Gn 1, 29-30)
O homem com o trabalho pôde chegar a grandes transformações no mundo e aos poucos conseguiu ou está conseguindo fazer valer seus direitos e levar para suas casas com mais dignidade e justiça o que lhe é devido, de modo que a sustentar sua família não lhe seja necessário tornar-se escravo do dinheiro e do trabalho. Mesmo tendo em conta que o funcionário é escravo do seu patrão, o trabalho escravo ainda existe, a realidade de nossas cidades do Norte e Nordeste comprovam isto, mas não é somente isso. Podemos hoje considerar como trabalho escravo também as condições de vida desfavoráveis, em que mesmo recebendo um salário o funcionário se torne uma ‘marionete’ do empregador. Consideramos que o trabalho que realmente não é análogo a escravidão é aquele em que o funcionário obedece por ter prazer a sua prestação de serviços e tenha garantido o direito de sua liberdade e de sua opinião, sem se sentir inferior, vemos que é algo difícil de acontecer, mas, podemos dizer que ainda falta muita coisa, mas o mundo está realmente em muitos ângulos, TRABALHANDO PELA IGUALDADE DE TODOS, HOMENS E MULHERES. PELA JUSTIÇA Á TODOS E LIBERDADE VERDADEIRA.
Marcos Antonio Alves
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